Há um tempo li um pequeno artigo do Edmour Saiani onde ele cita o questionamento de Don Tapscott em Wikinomics – Você é upload ou download?
Ser download é repassar informações, é passar adiante algo que alguém já falou. Ser upload é gerar conteúdo.
Dagoberto Dalsasso, diretor executivo da D/Araújo, uma vez citou Roy Williams sabiamente comparando uma empresa com problemas de comunicação a um soldado ferido no front de batalha. Diante da dor insuportável e a necessidade de continuar na luta, os paramédicos lhe aplicam morfina. E a cada pontada, mais uma dose. “Enquanto houver morfina, não haverá dor, e parecerá que está tudo certo. A dor de caixa é um aviso para a empresa de que algo está errado, mas a morfina promocional, embora seja útil para aliviar a dor e nos colocar sonhando, não salvará a perna gangrenada”
E você deve estar pensando: Mas o que Don Tapscott tem a ver com Dagoberto Dalsasso? Ahá! Tudo.
É isso que está acontecendo hoje em grande parte das agências de publicidade. A boa e velha morfina na veia dos clientes feridos pela crise, downloadiando fórmulas prontas, entrincheirados nas mídias convencionais, seguros no morno.
Ser upload dá trabalho. Exige muita pesquisa, senso crítico e ousadia. Ser upload pode ser reinventar a comunicação, descobrir novos meios e desenvolver novas técnicas, ou pode ser, simplesmente, usar os mesmos meios de outras formas. É abrir os olhos para o novo. Testar novas drogas, desenvolver novas fórmulas e aplicar a vacina da inovação. Isso é o que deve ser feito para curar o cliente e acabar com a dor definitivamente. Largar o vício da morfina tradicionalista e nos auto promover de paramédicos promocionais a cirurgiões de marcas.
Cirurgiões uploads.
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